Monday, May 26, 2008

Quem sou eu (auto-retrato):

Antes que tudo, sou um ser.
Um ser com forma e conteúdo.
De forma feminina e conteúdo controverso:
Tanto penso como me esqueço;
Sou tão calma como sou tão eufórica
E transmito segurança quando sou tão insegura!

O mundo existe à minha volta
E gira e roda, gira e roda...
Eu sou sempre a mesma:
Tanto me riu como me entristeço;
Sou tão reservada como sou tão social
E transmito alegria mesmo quando não tenho alegria nenhuma!

Introdução:

Este portefólio engloba trabalhos escritos propostos nas aulas de Português e textos que fui elaborando ao longo do ano por iniciativa própria, baseando-me muitas vezes em acontecimentos da actualidade. Também podem ser lidas algumas das minhas participações no jornal escolar.
Desta maneira, espero que este portefólio consiga demonstrar o trabalho que realizei ao longo do ano.
Carta de protesto


Exmo. Sr. Director
do Departamento Municipal do Ambiente

Venho por este meio informar V.ª Ex.ª do meu descontentamento em relação ao tipo de vegetação escolhida para os locais próximos de estradas, na vila da Póvoa de Lanhoso.
Apesar de saber que faz um esforço muito positivo na tentativa de aumentar os espaços verdes na vila, penso que deveria ponderar melhor sobre as espécies vegetais plantadas, sobretudo nas rotundas ou no meio das avenidas. Isto porque, ao preferir plantas que necessitam de muita água, como a relva, verificar-se-á um aumento de consumo desse líquido precioso.
Por isso, quando os aspersores se ligam para cumprirem o seu trabalho, a más horas, acabam por molhar mais a estrada do que a relva, incomodando os transeuntes.
Na minha opinião, seria melhor substituir este revestimento vegetal por arbustos, visto que estes não necessitam de consumir tanta água.
Espero que vossa excelência pondere a minha proposta, uma vez que penso ser essa a melhor opção para a Póvoa de Lanhoso.

Póvoa de Lanhoso, 24 de Setembro de 2007

Com os melhores cumprimentos, Inês Barros

Comunicado

O Rei dos Bosques Vermelhos informa toda a sua população de que se encontram em risco de participar numa temida guerra contra o Príncipe da Cidade Branca.
Mais se comunica que em questão encontra-se a posse da Floresta dos Magos, sendo esta uma região fundamental para o nosso desenvolvimento.
Assim, estou a contar com a vossa ajuda para defender o nosso território.

Bosques Vermelhos, 11 de Abril de 1234

O Rei:
Baltazar Visconde


Comunicado



O gestor dos Tokio Hotel informa todos os fãs da banda alemã de que o concerto agendado para dia 16 de Março, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, vai ser cancelado. Isto, devido ao facto de Bill Kaulitz não se encontrar em condições para cantar, tendo contraído um quisto nas cordas vocais.
Mais se comunica que o dinheiro dos bilhetes não vai ser devolvido, sendo que estes servirão para a próxima actuação dos Tokio Hotel em Portugal.
Peço a vossa compreensão em nome dos elementos da banda e encontro-me ao dispor, caso surja alguma dúvida relativa a esta situação.

Alemanha, 12 de Março de 2008

O gestor dos T.H.
Karl Fuhr
Entrevista à presidente da A.E.

No ano lectivo 2007/2008, foi eleita a associação de estudantes presidida por Laura Tarrafa.
Numa curta conversa tentámos descobrir um pouco mais acerca desta nova associação.

O que é que vos levou a candidatar à Associação de Estudantes (A.E.)?

Nós candidatámo-nos porque, na nossa opinião, as associações anteriores não tinham a correcta noção acerca do que é uma verdadeira associação de estudantes, descredibilizando um pouco esta ideia. Desta maneira, os estudantes desta escola já não acreditavam numa associação e consideravam mesmo que os alunos que faziam parte desta não se empenhavam.
Todos nós pensamos que uma associação de estudantes é um grupo de alunos que desenvolve projectos, promove iniciativas de interesse aos alunos em geral, e ajuda os estudantes. Assim, nós estávamos preparados para este cargo e concorremos, esperando ganhar e realizar um bom trabalho.

Qual a sensação de ganhar as eleições para a A.E.?

Visto que todas as quatro listas, igualmente fortes, fizeram a sua campanha ao longo de duas semanas, tentando sensibilizar os alunos para que estes votassem nelas, ganhar é uma sensação de objectivo cumprido. Quando conseguimos passar à segunda volta, foi fantástico, e empatarmos, o que é algo que raramente acontece, fez-nos sentir inseguros.
A verdade é que, depois de todos aqueles receios, conseguimos finalmente ganhar e, por isso, temos de agradecer a todos os alunos que votaram em nós e também fazer-se notar que estas eleições foram as que tiveram uma maior participação dos estudantes.


Expliquem-nos em que é que a actual A.E. se distingue das anteriores, no plano ideológico.

Nós acreditamos que uma associação de estudantes deve estar sempre do lado dos alunos, ajudando-os a lutar pelos seus direitos. Se virmos bem, todos nós somos alunos e sabemos aquilo que está errado na educação, temos disponibilidade para desenvolver projectos e queremos ser reconhecidos como trabalhadores, como “combatentes” e amigos. Como já se pode notar, as anteriores associações não se esforçavam minimamente e consideravam que o facto de pertencer à A.E. era ter um “poleiro”. Ou seja, é um cargo que traz popularidade, regalias e nenhum trabalho.

O que é que pensam da política educativa nacional dos últimos anos?

Na nossa opinião, a qualidade da educação em Portugal tem vindo a decair ao longo destes anos. Quando dizemos isto não queremos dizer que a nossa escola está a degradar-se da mesma maneira, mas não podemos ficar indiferentes à realidade que nos rodeia. Temos de ver que existem escolas que não têm laboratórios, nem salas com as devidas condições e, por vezes, as instalações são provisórias de há 10 anos ou mais. Depois, como sabem, nós também não concordamos com o facto de os exames nacionais avaliarem em 2 horas o conhecimento adquirido ao longo de três anos, valendo por vezes 50% da nota de acesso ao ensino superior. Isto é injusto, porque um aluno pode ter azar e estar doente no dia do exame. Somos contra a privatização das escolas, o que não acontece com a nossa, e ainda bem, mas nalguns estabelecimentos de ensino as cantinas são privatizadas e uma senha de almoço pode custar até cerca de 5 euros; os alunos são obrigados a ser sócios da biblioteca, tendo de pagar para ter acesso aos materiais disponíveis. As aulas de substituição, a nosso ver, não têm razão de ser, uma vez que já somos crescidinhos o suficiente para nos governarmos durante 90 min.. O estatuto do aluno é algo muito engraçado, pois se um estudante está doente e tem de faltar durante alguns dias é logo obrigado a fazer exames às disciplinas que faltou (mesmo que estejam justificadas, com uma tolerância de 4 faltas). Um outro assunto é, por exemplo, o Regime Jurídico segundo o qual o ensino superior funciona e que vai ser brevemente alargado ao ensino secundário. Este sistema consiste na substituição de alguns cargos escolares, tal como a substituição do Concelho Executivo por um director, centralizando-se o poder numa só pessoa. Assim, as assembleias de escola, onde são representados os alunos e toda a comunidade escolar, deixam de existir.

Que actividades prevêem ao longo do ano lectivo?

Vamos realizar torneios de futebol, de P.E.S. (Pré-Evolution-Soccer 2008), competições de dança, palestras sobre desporto, moda e saúde. Temos também um projecto mais extravagante, que seria realizar uma Feira das Profissões no fim do terceiro período, onde os alunos em geral podiam receber alguma orientação a nível vocacional.

Na vossa opinião, a escola oferece condições ao bom desenvolvimento das actividades previstas?

Sim, sem dúvida! (risos). A escola disponibilizou-nos uma sala com todo o equipamento necessário e sempre que precisamos de alguma coisa os professores ajudam-nos imenso. Só nos falta um computador e uma impressora (risos).

Qual foi a iniciativa em que se registou uma maior adesão por parte dos estudantes?

Sem dúvida que foi a festa de Natal! Talvez, porque foi a primeira vez que se realizou uma festa no final do primeiro período e era uma novidade.

É público que, no dia 31 de Janeiro, foi organizada uma greve geral dos estudantes (G.G.E.). conseguiram cumprir os objectivos dessa manifestação?

Antes da realização da GGE, decorreu uma reunião geral dos alunos (RGA) para podermos elucidar os estudantes acerca das razões de fazer uma greve. O principal objectivo desta manifestação era o de entregar um documento com as nossas reivindicações à vereadora da educação, Dr.Gabriela, de modo a esta entregá-lo à D.R.E.N. Felizmente conseguimos cumprir esse objectivo. Em relação à greve, gostaríamos de referir um facto que demonstra que os alunos apoiaram grandemente esta iniciativa: os estudantes do 9º ano tiveram exames nacionais de matemática durante a manifestação, mas visto que não queriam ficar indiferentes, usaram uma faixa negra durante toda a manhã.

É verdade que a A.E. está e expandir-se no domínio das novas tecnologias?

Sim, é verdade que estamos a construir um site na Internet onde possamos divulgar as actividades que pretendemos realizar, mas queríamos que este espaço fosse principalmente um fórum onde os alunos pudessem colocar questões, trocar ideias, dar sugestões, etc.

Gostavas de deixar alguma mensagem em especial para os estudantes?

Como sabem, uma associação é constituída não só por nós, mas também por todos os alunos duma escola. Assim, nós não poderíamos existir sem o apoio dos alunos e sem a motivação que eles nos dão. Eu, como presidente, penso que todos nós estamos a desenvolver um bom trabalho e gostaríamos que nos continuassem a apoiar no futuro. Obrigado!

Saturday, May 17, 2008



Texto argumentativo

A nossa profissão é a de estudantes e, sendo assim, a nossa principal função é aprender.
Aprendemos as matérias dadas pelos professores das diferentes disciplinas, mas não só!
Como pessoas em desenvolvimento, aprendemos a conhecer outras pessoas, a fazer amigos, a relacionarmo-nos com a comunidade escolar e, consequentemente, com o meio em que esta se insere. Na escola, temos a oportunidade de viver novas experiências todos os dias, das quais devemos retiramos ensinamentos. Realmente podemos concluir que a vida de um estudante é uma roda-viva de aprendizagem!
Mas desenganem-se se julgam que, após os estudos, já não existe necessidade de aprender! Todos nós vamos exercer uma nova profissão, cuja principal função não será certamente aprender, mas esse facto não impede a contínua aprendizagem.
Ao longo da nossa vida, podemos sempre aprender através de livros, da Internet, de enciclopédias, de diciopédias, de filmes, de viagens, de experiências pessoais e até de experiências de outras pessoas, tentando aproveitar tudo aquilo que estas fontes de conhecimento nos podem facultar.
Devemos então comportarmo-nos como “esponjas” (termo científico que caracteriza as crianças que se encontram na idade mais propícia à aprendizagem). É verdade que já não somos crianças, mas é fundamental que tenhamos vontade de ser mais e melhor.
Na minha opinião, aprender é importante, permitindo-nos ser cada vez mais sábios. Assim, permite-nos enfrentar de uma forma correcta novas situações do dia-a-dia que possam ocorrer; permite-nos estabelecer uma relação cada vez mais bem sucedida com o mundo que nos rodeia e ser pessoas realizadas ao longo de toda a nossa vida!

Como diz o ditado popular: “O saber não ocupa lugar!”
Texto de opinião


Crítica ao filme “Expiação”

“Expiação”, de título original “Atonement”, é um filme baseado na obra de Ian McEwan, considerado um dos melhores escritores contemporâneos.
Felizmente, o filme faz jus ao livro, sendo muito mais do que uma história de amor entre uma enfermeira (Cecília) e um jardineiro aspirante a médico (Robbie): é um drama que evidencia as consequências dos nossos actos, demonstra-nos que as aparências iludem e que não nos devemos precipitar nos nossos julgamentos. É impressionante a forma como esta mensagem nos é transmitida, sendo um filme realista, profundo e triste.
A história é simples: o casal protagonista é separado devido a uma falsa e grave acusação da irmã mais nova de Cecília, Briony. Robbie é então forçado a ir para a guerra, sempre com a esperança de voltar para casa e poder finalmente viver com o seu grande amor.
O fim é fantasticamente inesperado. Penso mesmo que nunca tinha visto um filme com um final tão bem estruturado e comovente!
Será que este amor vai ter uma oportunidade para viver?
De certo que sim… nem que seja através de um livro!






Comentário à curta-metragem visionada na aula


Penso que neste pequeno filme é caracterizada de uma forma muito irónica uma característica humana nada positiva, mas que infelizmente está presente em todos nós. Essa característica é o egoísmo.
Todos os conflitos e guerras que ocorrem na actualidade devem-se ao egoísmo dos homens. Cada um só pensa nos seus interesses e objectivos, não se importando com aqueles que o rodeiam e que podem sair prejudicados com os seus actos. Cada um só se apercebe do negativismo do mundo, quando este recai sobre eles. Como se costuma dizer: só sente a dor quando esta nos atinge!
Na minha opinião, o ser humano ainda não se apercebeu e que vive em comunidade, sendo que deve respeitar sempre os outros. A sua liberdade acaba onde começa a dos outros. Mas o homem não pensa, de uma forma geral, nos outros. Pensa sim em si. Apesar de viver em sociedade, o homem não respeita aqueles que o rodeiam, não lhes dando liberdade para que cada um deles se possa concretizar. Se o homem aprender a deixar os outros cumprir o seu projecto de vida, também eles vão permitir ao homem a sua concretização.
Desta maneira, o egoísmo, que parece ser a única maneira de o homem atingir os seus objectivos, não o é!
Comentário ao jornal da escola “Preto no Branco”

Na minha opinião, o prémio ganho pelo jornal “Preto no Branco” é bem merecido. Por um lado, porque consegue focar assuntos de interesse a toda a comunidade escolar e, por outro, porque é um instrumento fundamental na divulgação da nossa cultura, de actividades escolares e de novos talentos nas mais variadas áreas.
É importante referir o facto de este jornal ser construído pelos professores e alunos, sendo também um meio de ligação entre estes, promovendo o desenvolvimento de valores nos estudantes e permitindo o melhoramento de determinadas capacidades.
Assim, o jornal escolar é uma mais valia nesta escola e gostaria que a sua existência se prolongasse por muitos e muitos anos!
Resumo de uma notícia

Especialistas na área dos transportes de Lisboa desenvolveram um projecto denominado “CAReFUL”.
Este tem como objectivo monitorizar o parque automóvel de todo o país. Isto, porque os investigadores acreditam que dessa maneira conseguem diminuir os níveis de emissões de gases poluentes para a atmosfera. Para que conhecessem melhor a poluição em causa, os cientistas elaboraram um inquérito destinado a qualquer pessoa e que esta disponível na Internet.
Resumo de uma Crónica (do jornalista Mário Crespo)

As telenovelas enchem os nossos ecrãs com futilidades e enredos banais a que todos estamos habituados. Mas uma telenovela precisa de actores e actrizes jovens dispostos a trabalharem noite e dia, durante toda a semana e, principalmente, preterindo-o a estudar. “Esta gente devia estar num mundo real de uma escola ou universidade em vez de perder tempo no mundo faz de conta.”. O pior de tudo isto é o facto de ser uma fase precária, pois as novelas precisam de remodelar os seus protagonistas. Assim, recebem a recibos verdes quantias miseráveis, acreditando que vão mesmo conseguir um melhor futuro nesta área (sendo alguns deles péssimos actores). Quando o sonho acaba para eles, têm de começar a vida desde o princípio, porque não apostaram na formação escolar quando deviam.
Os autores estudados este ano foram:

Almeida Garrett, escritor de “Frei Luís de Sousa”



Biografia de Almeida Garrett

João Baptista da Silva Leitão nasceu no Porto a 4 de Fevereiro de 1799.
Quando era ainda um adolescente, foi viver para os Açores, na Ilha Terceira, devido ao facto de Portugal estar a ser invadido pelas tropas francesas de Napoleão Bonaparte.
Em 1816 foi para Coimbra, onde se matriculou no curso de Direito e em 1821 publicou O Retrato de Vénus, trabalho que lhe custou um processo, por ser considerado materialista, ateu e imoral.
Neste mesmo ano, ele e a sua família passam a usar o apelido de Almeida Garrett.
Casou com Luísa Midosi, de apenas 14 anos.
Almeida Garrett participou na Revolução liberal de 1820, tendo ido depois para o exílio em Inglaterra. Esta foi uma oportunidade de entrar em contacto com Shakespeare, Walter Scott e outros autores; visitar castelos feudais e ruínas de igrejas e abadias góticas. Vivências que se reflectiriam na sua obra posterior.
Em 1824, seguiu para França, onde escreveu Camões (1825) e Dona Branca (1826), poemas geralmente considerados como as primeiras obras da literatura romântica em Portugal. Em 1826 foi amnistiado e regressou à pátria com os últimos emigrados dedicando-se ao jornalismo, fundando e dirigindo o jornal diário O Português (1826-1827) e o semanário O Cronista (1827).
Em Portugal exerceu também cargos políticos, distinguindo-se nos anos 30 e 40 como um dos maiores oradores nacionais. Foram de sua iniciativa a criação do Conservatório de Arte Dramática, da Inspecção-Geral dos Teatros, do Panteão Nacional e do Teatro Normal (actualmente Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

Padre António Vieira, escritor de “Sermão de Santo António aos peixes”

Biografia de P. António Vieira

P. António Vieira nasceu em Lisboa em 1608.
Filho de Cristóvão Vieira Ravasco e Maria de Azevedo, mais tarde considerados fidalgos. Os seus avós paternos eram servos de condes e, sendo a sua avó mestiça, acredita-se que estes factos fizeram com que P. António Vieira desenvolvesse compaixão para com as pessoas negras e ameríndias.
Aos 6 anos foi para o Brasil com os pais e decidiu ingressar na Companhia de Jesus, por volta de 1623.
Tornou-se num importante missionário a lidar com negros e ameríndios, protegendo-os com humana simpatia.
Foi ordenado padre em Dezembro de 1634, tendo-se tornado conhecido como excepcional pregador.
Morreu a 18 de Julho de 1697.

Eça de Queirós, escritor de “Os Maias”

Biografia de Eça de Queirós

José Maria de Eça de Queirós nasceu numa casa da praça do Almada na Póvoa de Varzim. Filho de José Maria Teixeira de Queirós e de Carolina Augusta Pereira d'Eça.
Eça de Queirós foi batizado como "filho natural de José Maria d'Almeida de Teixeira de Queirós e de Mãe incógnita".
Este estranho acontecimento dever-se-á ao facto de a mãe do escritor, Carolina Augusta Pereira de Eça, não ter obtido consentimento da parte da sua mãe, já viúva do coronel José Pereira de Eça, para poder casar.
Seis dias após a morte da avó, casaram os pais de Eça de Queiroz, já o menino tinha quase quatro anos. Assim, foi entregue a uma ama, aos cuidados de quem ficou até ir viver para a casa de Verdemilho em Aradas, Aveiro, a casa da sua avó paterna que em 1855 morreu.
Nesta altura foi para o Colégio da Lapa, no Porto, de onde saiu em 1861, com dezasseis anos. Depois, decidiu ir para a Universidade de Coimbra, onde estudou direito.
Além do escritor, o casal teria mais seis filhos.
Em Coimbra, Eça foi amigo de Antero de Quental. Os seus primeiros trabalhos, publicados como um folhetão na revista "Gazeta de Portugal", apareceram como colecção, publicada depois da sua morte sob o título Prosas Bárbaras.
Em 1869 e 1870, Eça de Queirós viajou ao Egipto e visitou o canal do Suez que estava a ser construído e o inspirou nos seus trabalhos.
Um dos seus trabalhos mais notáveis é o Mistério da estrada de Sintra, de 1870, e A relíquia, publicado em 1887.
Em 1871 foi um dos participantes das chamadas Conferências do Casino.
Mais tarde, em Leiria, escreveu a sua primeira novela realista da vida portuguesa, O Crime do Padre Amaro, que apareceu em 1875.
As suas obras mais conhecidas, Os Maias e O Mandarim, foram escritas em Bristol e Paris respectivamente.
O seu último livro foi A Ilustre Casa de Ramires, sobre um fidalgo do séc XIX com problemas para se reconciliar com a grandeza de sua linhagem.
Morreu em 1900 em Paris.
As suas obras foram traduzidas em, aproximadamente, 20 línguas.
“Os Maias” foi a obra que estudámos durante mais tempo e também é a mais complexa de todas, tendo sido escrita num contexto cultural controverso:

Questão Coimbrã

A questão Coimbrã foi sobretudo uma questão literária, que se desenvolveu a partir do ano 1865. O grande precursor desta questão foi o escritor Antero de Quental, com a sua importante obra “Bom senso e bom gosto”. Influenciou principalmente a escrita de imprensa, mas envolveu assuntos de vária ordem: estéticos, éticos, políticos, religiosos, jocosos e pessoais. Centrou-se em Coimbrã, Lisboa e Porto, chegando até ao Brasil.

Pode-se descrever esta questão literária como uma luta entre dois romantismos: o dos conservadores de Lisboa e o dos contestatários de Coimbra. Feliciano Castilho liderava o grupo dos conservadores e Antero de Quental o dos contestatários. Mais tarde, o romantismo de Coimbra evoluiu para um realismo, tendo por objectivo analisar e intervir na realidade. Os apoiantes do realismo constituíram o grupo da Geração de 70 e lutaram por um Portugal melhor, mas, não tendo conseguido cumprir o seu objectivo, tornaram-se no grupo dos “vencidos da vida”.


Resumo da intriga principal d’ Os Maias
(relação amorosa entre Carlos e Maria Eduarda)


Carlos da Maia é um jovem médico que se muda para Lisboa, indo viver para o Ramalhete, uma casa abandonada que já tinha sido habitada pela família.
Num jantar com os amigos, Carlos tem uma visão: era uma mulher bela, extraordinária, uma deusa! Carlos interessou-se de imediato por esta mulher, que era esposa de Castro Gomes, um brasileiro rico.
Tentou encontrar uma oportunidade para estar com Maria Eduarda e, quando o conseguiu, foi amor à primeira vista. Envolveram-se num romance de paz e tranquilidade, pensando mesmo em casar.
Um dia, chega a Lisboa o Sr. Guimarães. Este senhor traz com ele um cofre pertencente à mãe de Carlos e que contém revelações trágicas.
Carlos e Maria Eduarda não se podem casar, pois são irmãos!
Definitivamente, o romance “Os Maias” entusiasmou-me porque…

... Ajudou-me a compreender um contexto cultural muito interessante e complexo acerca do qual eu não tinha qualquer conhecimento. A vida lisboeta é retrata com um realismo impressionante: quase que podemos dizer que estivemos no Hotel Central, ou no Teatro da Trindade. Mais: podemos afirmar que conhecemos o Carlos da Maia, o João da Ega,...
O enredo não é muito original, talvez teria-o sido na época em que foi publicado, mas a partir de uma intriga principal, que gira em torno de Carlos e Maria Eduarda, existem os episódios da crónica de costumes que realmente são muito ricos!

A personagem que mais me chamou a atenção foi...
...O João da Ega.

Na minha opinião, esta é uma personagem muito interessante devido à sua dualidade e personalidade contraditória.
João da Ega apresentasse-nos como um revolucionário, querendo mudar o mundo. Mas, manifestando-se sempre desta maneira em variados assuntos (literatura, política, escravatura, mulheres,...), chegamos à conclusão de que não passa de um mero provocador. João da Ega gostava de “ferver a água”, mas nunca se esforçou para alterar sequer uma pequena coisa. Caindo no diletantismo, não foi capaz de alcançar os seus objectivos: não terminou As memórias de um átomo, nem começou o seu projecto do Loudaçal. Neste último, Ega queria por a nú os “podres da sociedade”, queria criticar a sociedade da mesma forma como Eça de Queirós o fez n’Os Maias.
Um outro ponto interessante é precisamente o facto de que, segundo muitos autores, Ega é Eça na obra (note-se a semelhança nos nomes)!


Graças a Eça de Queirós, pude realmente conhecer melhor a realidade Lisboeta do séc. XIX.

Nesta época, e como podemos ler na obra, Portugal era pouco mais que Lisboa.
Desta maneira, as descrições da realidade Lisboeta eram imagens do nosso país no séc. 19.
Á medida que ia lendo Os Maias, fui conhecendo a cidade de Lisboa da altura.
Existe uma quantidade enorme de espaços descritos com precisão, mas também com um valor muito psicológico, ou seja, muitas vezes nós conhecíamos os locais onde as personagens interagiam pelas impressões das mesmas. Isto, por vezes, fazia-nos deduzir o estado de espírito da personagem, o que é também muito importante.
Conhecer as personagens foi fundamental para compreender toda a sociedade, uma vez que muitas delas podem ser consideradas personagens-tipo. Logo, através do comportamento de uma personagem-tipo, nós deduzimos que todas as pessoas que pertencem a esse tipo comportam-se dessa mesma maneira.
Concluindo, esta obra deu-me a conhecer a realidade portuguesa do séc.XIX, principalmente através da caracterização de espaços, ambientes e de personagens.
Auto-avaliação:

Penso que durante todo o ano fui uma aluna regular, atenta, esforçada e interessada.
Tentei sempre responder aos pedidos do professor e participar nas actividades lectivas.
Ao longo do ano consegui desenvolver uma maior maturidade na escrita, apesar de existirem ainda alguns aspectos que penso poder melhorar. Sei que o facto de participar no jornal escolar também me ajudou muito, na medida em que ponho nos meus textos uma maior responsabilidade.
Gostei muito de elaborar o trabalho de grupo acerca do VI capítulo d’Os Maias, pois desenvolveu em nós a capacidade de explorar um texto autonomamente.